No processo evolutivo o ser humano percebeu a necessidade de viver valores, como fundamentos de sistemas de pensamento, da ética, da estética e do conhecimento. Os valores universais permanentes fundamentam os valores circunstâncias que constituem a ética do Bem.
Verdade, Retidão, Paz, Amor e Não-Violência são valores universais inerentes a interioridade e deles emerge uma ética de alteridade diferenciada. Esses valores definem a condição humana e afloram das relações do ser humano consigo mesmo, com as pessoas, a natureza, o cosmo, e o sagrado. Os objetivos planetários cada vez mais se voltam para os direitos humanos e sociais inalienáveis, liberdade de opinião, virtude cívica, o cuidado e respeito pela natureza e pela diversidade racial, cultural e religiosa.
Porém se quisermos tornar esses objetivos uma nova realidade de convivência temos que despertar do sono egoísta que nos afastou do nosso ser profundo e dos valores humanos inerentes a cada um de nós. Vivendo valores humanos garantimos os direitos humanos naturalmente. Como os valores humanos não são um discurso, mas o que somos, ninguém ensina valores, mas todos somos capazes de pelo exemplo inspirar valores. Viver valores humanos como o ponto de partida para a construção de uma sociedade mais harmônica nos leva a transcender limites do nosso mundo pessoal, com as vitórias e frustrações eventuais e nos capacita para a universalidade porque entramos em ressonância com a grandeza da alma. Isso nos dá direito a desfrutar de uma vida de amor, alegria, abundancia, coragem e reverência. Para muitos isso pode parecer uma proposta romântica, bonita, mas irrealizável.
Para construir um mundo melhor é preciso aprender a olhar atravez dos olhos do coração e enxergar novos horizontes além da linha limítrofe da razão simplista e da lógica mecanicista e separatista. Só assim poderemos criar algo novo que nos permita realizar nosso potencial de seres sociais sob o prisma da paz. Os valores humanos nos tornam mais compassivos e sentimos brotar do nosso íntimo maior empatia pelos esforços alheios além de julgarmos menos e compreendermos mais. A medida que nosso coração se abre para os nossos semelhantes, percebemos que as nossas emoções e nossa historia de vida se refletem nas historias de vida das pessoas com as quais interagimos.
Muitas vezes as outras pessoas nos servem de exemplo do que fazer ou não, do certo e do errado e nós servimos a elas numa dinâmica de reciprocidade.Todos nós sabemos o poder alentador e renovador de uma conversa amiga. Isso acontece por que a conversa amiga revela harmonia vital entre corações, conversando partilhamos experiências, erros e acertos e saímos desses encontros mais fraternos, e mais tolerantes. Descobrimos nessas ocasiões que a vida adquire qualidade e valor quando aprendemos a querer bem, abrir mão e perdoar para deixar as coisas fluírem naturalmente. As couraças de defesa, as comparações, confrontos e hostilidades nascem do nosso medo de amar e impedem que nos relacionemos pela lucidez, brandura, compaixão, honestidade e respeito. É possível encontrar dentro de nós a maneira de chegar ao coração do outro, e descobrir que a tolerância amorosa é o caminho.
Desse modo as barreiras que existam entre nós e os outros são derrubadas e nossa vida se torna mais feliz e sagrada. Martin Luther King disse certa vez que aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos ainda a viver como irmãos. Acredito que é chegada a hora de aprender a conviver se quisermos sobreviver como espécie humana. Vivemos num planeta cuja natureza nos demonstra que a cooperação e a interdependência tecem a teia da vida. A ética do bem se alimenta da energia do amor e é um exercício de autodescoberta de que separatividade e impossibilidade são ilusões e condicionamentos criados pela mente. Pela pratica cotidiana os valores humanos se apresentam como atos espontâneos da alma, e é a forma ideal de aprender a ser o que essencialmente somos, essências divinas experimentando na condição humana uma aventura de ascensão de consciência.